sábado, 25 de setembro de 2010

70 - Comunicado da Junta de Freguesia de Parada de Todeia à sua população

TENTATIVA DE ENCERRAMENTO DO PARQUE INFANTIL RESULTA EM FRACASSO

No passado dia 02 de Setembro de 2010, foi a Junta de Freguesia confrontada com uma inspecção da ASAE, relativamente às condições de Parque Infantil.

Esta visita teve origem numa queixa efectuada, alegadamente pelo Parque Infantil não reunir as condições exigidas por lei.

Na realidade foi constatado pelos inspectores que o Parque Infantil, aliás como é bem visível, está ao nível dos melhores do país, quer nas condições de higiene, segurança e salubridade, quer ainda ao nível da qualidade de todos os equipamento e da sua disposição. De facto as situações anómalas que ali se encontravam, tiveram origem em actos de destruição consertada, como aquela que resulta da adulteração da Placa Informativa á entrada do Parque, para não falar da destruição dos candeeiros de iluminação, relva, aspersores e louças de casa de banho.

Não ficamos surpreendidos com este acto complemente reprovável, pois idênticas situações do género vêm há uns tempos a ter lugar nesta freguesia.

Estamos recordados dos ataques que foram efectuados às anteriores Comissões de Festas, que levaram á instauração de autos aos seus membros, pelo facto de estarem a explorar sem fins lucrativos um espaço para angariação de fundos para a Festa da Nossa Senhora dos Remédios. Estamos lembrados dos episódios que aconteceram com a Escola Primária e o Jardim de Infância. Lembrados ainda de outros actos de vandalismo e destruição organizada que acontecem um pouco por toda a freguesia, especialmente nas obras recentemente realizadas e respectivos equipamentos.

Lá que tentaram, tentaram, mas não conseguiram privar as nossas crianças de utilizarem o Parque Infantil, e enquanto estivermos no exercício do poder que a população nos confiou, não vão conseguir outras situações similares, e para isso estamos já a tomar medidas para identificar e prevenir situações futuras.

Temos consciência do prestígio da nossa instituição dentro e fora da Freguesia e a População de Parada de Todeia pode estar segura, que os “mensageiros da desgraça” que não olham a meios para atingir os seus fins e que vivem obstinados em denegrir a imagem da freguesia, jamais conseguirão os seus intentos. Apenas conseguem reforçar a nossa determinação para continuar no progresso e desenvolvimento da Freguesia.


UTILIZAÇÃO DA CARRINHA PARA O TRANSPORTE DAS CRIANÇAS DA ESCOLA PRIMÁRIA E JARDINS DE INFÂNCIA.

Na próxima Segunda Feira, dia 13 de Setembro de 2010, pelas 21 horas no Salão de espectáculos da Junta de Freguesia de Parada de Todeia, será realizada uma reunião com os Pais das crianças e Encarregados de Educação com a finalidade de tomarem conhecimento, a exemplo de anos anteriores, das regras de utilização da carrinha e a consequente assinatura do termo de responsabilidade.

Parada de Todeia, 12 de Setembro de 2010

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

69 - Até Amanhã, Camaradas - Filme de Joaquim Leitão

Portugal, 1944. Num país oprimido por uma ditadura retrógrada, servida por uma polícia política implacável (a PVDE), há quem resista e se organize para mobilizar o povo para a luta pelo pão e pela liberdade. Mesmo que isso lhe possa custar a prisão, torturas, ou até a vida. Pessoas como Vaz, Ramos, António e Paulo,militantes e funcionários do Partido Comunista, que desenvolvem a sua acção na clandestinidade, reorganizando o Partido nas zonas dos arredores de Lisboa e do ribatejo, ao mesmo tempo que preparam uma grande jornada de luta, com greves e marchas contra a fome. Esta série, adaptada da obra homónima de Manuel Tiago (pseudónimo de Álvaro Cunhal), mostra o dia-a-dia dessa luta clandestina, vivida por dentro, no terreno. Os seus personagens são um retrato dos homens e das mulheres que dedicaram as suas vidas a essa luta. Dos seus ideais, das suas paixões e dos seus sacrifícios. Dos que mostraram fraqueza e dos que deram a vida pelo que acreditavam.

Até Amanhã, Camaradas - Filme de Joaquim Leitão com António Alcântara, Pedro Alpiarça, Amélia Corôa, São José Correia, Carlos Curto, Juana Pereira da Silva, Pedro Efe, Cândido Ferreira, Ivo Ferreira, António Filipe, Sara Graça, Adriano Luz, Paula Só, Luís Soveral, Adelino Tavares, Francisco Tavares, Leonor Seixas, Gonçalo Waddington.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

68 - Saúde em Lordelo e a actividade do PCP


Em 2003 o PCP e a JCP de Lordelo avançaram para uma Avaliação da Situação de Lordelo no Domínio da Saúde. Entre 12 de Julho e 18 de Agosto contactaram a população para responder a um inquérito sobre o grau de satisfação dos utentes para com os serviços de saúde públicos e privados. Obtidas 820 respostas nesse inquérito, concluíram que:
- a opinião geral era que a situação era má (59,3% das respostas), sendo razoável em 36,3% e boa apenas em 3,1% das respostas
- havia uma séria preocupação com a assiduidade dos médicos bem como o seu desempenho, considerado negativo, tal como na avaliação dos administrativos nos serviços públicos. Já com os enfermeiros, a avaliação era mais positiva
- cerca de 1/3 dos utentes não tinham médico de família
- há uma predominância das consultas no serviço público, em detrimento do privado, reconhecidos como prioritários em 30%, talvez pela inexistência de especialidades no Centro de Saúde, mas igualmente pelas lacunas aí identificadas.
No dia 27 de Setembro de 2003 decorreu uma sessão / debate no salão da Cooperativa A Lord com Cristiano Ribeiro, Miguel Correia, Luís Campos e José Fraga. Sublinhou-se a importância de se obter indicadores da qualidade de serviços, melhor acesso aos cuidados, mais autonomia local, mais médicos de família e mais motivação.
Os jornais locais e regionais e o boletim A FARPA deram voz a uma iniciativa louvável do PCP e da JCP de Lordelo.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

67 - O 1.º de Maio de 1982

O regime saído do 25 de Abril, já depois de o processo revolucionário ter sido interrompido e invertido, após o 25 de Novembro de 1975, quando a luta dos trabalhadores já não era de avanços progressistas constantes e acelerados, mas de luta contra a recuperação capitalista e de defesa das conquistas e dos direitos adquiridos, tem a responsabilidade por um dos 1.º de Maio mais sombrios realizados no nosso país. O 1.º de Maio de 1982.
Nos seis meses antecedentes, mais de 800 mil trabalhadores realizaram manifestações e greves em torno dos seus contratos colectivos de trabalho, num poderoso afrontamento entre as forças do trabalho e a reacção, então no governo, através da AD, com Francisco Pinto Balsemão como Primeiro-ministro e Ângelo Correia como ministro das polícias.
Em 12 de Fevereiro de 1982, realizara-se uma fortíssima Greve Geral, sob a palavra de ordem, «Uma só Solução AD Fora do Governo». A direita, instalada de forma hegemónica no Governo pela primeira vez depois do 25 de Abril, sente-se acossada pela pujança da movimentação dos trabalhadores, e recorre à violência para a tentar travar, montando, para o efeito, com a prestimosa ajuda dos divisionistas da UGT, uma provocação criminosa, que teve o seu desfecho no dia 30 de Abril à noite, vésperas do 1.º de Maio.
O Governo tentou proibir as manifestações do Porto, que tradicionalmente se realizavam e realizam na Praça da Liberdade, sob o pretexto de que este espaço lhe havia sido solicitado em primeiro lugar pela UGT. O que era falso, já que a estrutura regional da CGTP-IN tinha comunicado ao Governador Civil do Porto, com mais de oito meses de antecedência, a sua intenção de realizar no local as habituais comemorações.
A festa de 30 de Abril foi por isso mantida pelos sindicatos, que interpretavam a atitude do Governo como uma tentativa de pôr em causa o direito de reunião e manifestação tão duramente conquistados. O Governo, numa atitude de força inaudita, montou na Baixa do Porto um aparato policial que envolveu centenas de polícias e uma companhia completa da Policia de Intervenção, armada de espingardas metralhadoras, que cerca das 23h30 investiram à bastonada e a tiros de rajada sobre os milhares de trabalhadores que pacificamente realizavam a sua festa.
A violência brutal sobre a população indefesa prolongou-se mais de duas horas, pela madrugada do dia 1 de Maio adentro, estendendo-se a sítios muito distantes da cidade, longe dos locais que diziam pretender proteger. Dois operários foram mortos a tiro, dezenas de outros foram feridos, muitos em estado grave, oito dos quais baleados pela polícia.
Pedro Manuel Sarmento Vieira, de 24 anos, empregado têxtil e delegado sindical da CGTP, baleado nas costas e Mário Emílio Pereira Gonçalves, de 18 anos, vendedor ambulante, um mero curioso, atingido na cara, foram as vítimas da violência ordenada pelo Governo.
No dia seguinte, os trabalhadores responderam de forma esmagadora à reacção instalada no Governo e saíram massivamente à rua em todo o País, em 63 cidades e vilas.
Os funerais ocorreram a 5 de Maio, constituindo gigantescas manifestações de protesto e dor.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

66 - A Recarei o que é de Recarei!

Em 3 de Janeiro de 2005 a CDU de Recarei emitiu um comunicado com o título acima transposto onde para além de se saudar a nova Piscina Municipal recentemente inaugurada, equipamento necessário aos cidadãos do Sul do Concelho de Paredes, se manifestava a “discordância e frontal oposição face á designação atribuída a este complexo desportivo” .
O local onde está efectivamente edificada a piscina é na Vila de Recarei, não sendo portanto atendível a designação genérica de Piscina do Sul do Concelho de Paredes, numa singularidade não existente para as outras piscinas ou equipamentos do Concelho.
A identidade e os interesses da população recaredense não foram respeitados, como denunciou o eleito da CDU na Assembleia de Freguesia de Recarei, enveredando-se pela conciliação com a baixa politica de protagonismo e pressões por parte do executivo da JF da Sobreira.
O seu a seu dono.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

65 – O “Avante” e o 1.º de Maio

1962

1975

1982

O «Avante!» foi o jornal comunista clandestino que em todo o mundo, durante mais tempo, foi sempre produzido no interior de um país dominado por uma ditadura fascista. Durante décadas – de 15 de Fevereiro de 1931 ao 25 de Abril de 1974 – o órgão central do PCP orientou e mobilizou as lutas da classe operária e de todos os trabalhadores em pequenas e grandes batalhas contra o capital e contra o regime fundado por Salazar e prosseguido por Caetano.
Depois dos primeiros dez anos de existência atribulada, impeditiva de uma edição regular, que reflectia também a situação do Partido, a nível político, ideológico, de organização e de defesa perante a ofensiva repressiva do fascismo, o «Avante!», que sucedia a outras publicações comunistas anteriores à reorganização de 1929, conduzida por Bento Gonçalves, passou a ser publicado com regularidade mensal, sem uma falha, a partir da reorganização de 40/41, em que Álvaro Cunhal teve papel destacado. E, por várias vezes, fez tiragens quinzenais e semanais, tendo atingido, durante o período de grandes lutas dos anos 40, o número impressionante de 10 mil exemplares. Dotado de uma rede de tipografias clandestinas – sempre que uma era atacada pela PIDE e destruída, ou presos os seus funcionários, outra tomava imediatamente o testemunho, assegurando sempre a publicação do jornal – o «Avante!» foi durante essas décadas composto e impresso por numerosos camaradas, na sua maior parte militantes anónimos, cuja vida foi dedicada a essa preciosa tarefa.
Dispondo de prelos concebidos para facilmente serem desmontados e transportados para novas instalações, utilizando caracteres de chumbo, composto letra a letra, impresso em fino papel «bíblia» - o artigo mais difícil de adquirir sob a feroz vigilância policial, o jornal comunista era depois distribuído por todo o País, pelas organizações que o faziam chegar às massas.
Divulgam-se as capas das edições do Avante comemorativas do 1.º de Maio de 1962, 1975 e 1982.

sábado, 31 de julho de 2010

63 - Os direitos laborais na Sousacamp


Em Setembro de 2008, Ilda Figueiredo, Eurodeputada do PCP, em acção de propaganda junto da empresa de produção agrícola de cogumelos SOUSACAMP, sita em Madalena, Paredes, ouviu denúncias de alguns trabalhadores que assinalaram graves irregularidades do exercício de direitos laborais na empresa.
A empresa, que empregava cerca de 100 trabalhadoras com vínculos precários, exercia grave pressão psicológica para com os trabalhadores, impondo três a quatro horas a mais de trabalho diário, sem as devidas compensações salariais, estendendo a semana de trabalho por Sábados, Domingos e Feriados. Também aconteciam aí inúmeros acidentes de trabalho, assim explicados, bem como era denunciada a existência de câmaras de vigilância.
Acresce que a empresa tinha sido anteriormente visitada pelo Ministro da Agricultura, que a considerara como caso de sucesso. Acumulavam-se as razões sobre a necessidade de intervenção da Autoridade das Condições de Trabalho e dúvidas sobre os apoios comunitários que a empresa desfrutara
Neste contexto, justificavam-se as perguntas efectuadas ao Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social pelo deputado Jorge Machado e á Comissão Europeia pela Eurodeputada Ilda Figueiredo.
Independentemente da repressão e manipulação de grande parte dos trabalhadores, a justiça impunha uma intervenção decisiva.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

62 - A Ponte dos Carreteiros

Em Janeiro de 2003, a CDU de Paredes alertou em comunicado para a situação da PONTE DOS CARRETEIROS, em Vilarinho de Baixo, freguesia de Gandra. A denominada Ponte Armando Costa, inaugurada em 9 de Dezembro de 2001, em vésperas de eleições autárquicas, custara 200.000 euros e encontrava-se em sérios riscos de desabamento com a cedência de um apoio de tabuleiro e do respectivo muro de suporte.
O dono da obra era a Junta de Freguesia de Gandra e, perante a denúncia, as entidades decidiram o condicionamento de trânsito de veículos pesados e a existência para os outros veículos de uma só faixa de rodagem.
As explicações oficiais falavam de uma rotura de uma conduta de água. Só após obras de reparação foi possível restabelecer a normalidade. A CDU cumprira o seu dever.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

61 - A «Carvalhesa»

Carvalhesa é uma música popular portuguesa originária de Trás-os-Montes, na zona de Tuizelo, Vinhais. A música tornou-se conhecida após ser adoptada pelo PCP como abrindo e encerrando os palcos da Festa do Avante. A música tem duas versões, tendo sido a primeira, e actualmente mais conhecida, recolhida pelo maestro kurt Schindler em 1932. Anos mais tarde, Michel Giacometti viria a recolher outra versão com melodia diferente. Foi gravada em 1985 em vinyl, com uma segunda edição em CD em 2001, na 25.ª edição da Festa do Avante. António Vitorino dÁlmeida construiu uma peça sobre o tema original denominada Abertura Clássica , op. 87. São os 25 anos da gravação inicial da Carvalhesa que este ano se comemoram com um magnifico concerto na noite de sexta feira da Festa.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

60 - Requerimento na AR - J. Moreira da Silva & Filhos (Rebordosa)

Assunto: Abusos na empresa J. Moreira da Silva & Filhos, S.A, (Rebordosa- Paredes)
Destinatário: Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social
Ex.mo Sr. Presidente da Assembleia da República
Chegou ao nosso conhecimento um conjunto de informações que, pela sua gravidade, merecem uma urgente intervenção da ACT.De acordo com a informação recebida, a entidade patronal da empresa J. Moreira da Silva & Filhos, S.A, sita em Rebordosa, que emprega cerca de 80 trabalhadores, exige que os trabalhadores trabalhem mais meia hora por dia, para além das 8 horas de trabalho por dia. Assim, estes trabalhadores trabalham cerca de 43 horas semanais de trabalho, sem qualquer pagamento de trabalho extraordinário.
Aliás, essa mesma entidade patronal obriga os trabalhadores a assinar o recibo de vencimento, como se tivessem trabalhado 40 horas por semana, sobre ameaça de despedimento.
Assim, ao abrigo da alínea d) do artigo 156º da Constituição e nos termos e para os efeitos do 229º do Regimento da Assembleia da República, pergunto ao Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social o seguinte:1.º Que medidas, nomeadamente inspectivas, vai esse Ministério tomar para averiguar e por termo a situação acima descrita?
Palácio de São Bento, 14 de Julho de 2010
Deputado
Jorge Machado

sábado, 10 de julho de 2010

58 - Dossier VISSUTO

Em 18 de Maio de 2005 encerrou a Vissuto Confecções, empresa de confecções instalada no lugar de Pias, em Castelões de Cepeda, Paredes, por decisão do Tribunal do Comércio de Vila Nova de Gaia. O Tribunal tinha ordenado o imediato despejo das instalações.
Foram afectados assim cerca de 200 trabalhadores que laboravam numa empresa que não estava em dificuldades pois tinha uma boa carteira de encomendas e de clientes e o pagamento de salários estava devidamente regularizado. Utilizava como subcontratadas empresas em Matosinhos, Amarante, Felgueiras e Penafiel.
Mas porque a Vissuto ocupava instalações e equipamento industrial da Fucsia – Confecção de Vesrtuário, Lda, que se encontrava falida, com dívidas ás Finanças e à Segurança Social, o Tribunal actuara pondo em risco a viabilização da empresa, a manutenção dos postos de trabalho e a produção nacional.
Os trabalhadores estiveram mais de um mês à porta da empresa, em condições precárias. Foi promovida uma manifestação dos trabalhadores, maioritariamente mulheres, frente à Câmara. A GNR tentou dissuadir os trabalhadores, utilizando meios desproporcionados.
O PCP cedo mostrou a sua solidariedade, com a presença física de dirigentes nacionais e regionais. Foi apresentada uma moção pelos eleitos da CDU na sessão ordinária da Assembleia Municipal de 18 de Junho de 2005. Foi apresentado um Requerimento pelo Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República em 19 de Maio de 2005, defendendo a intervenção do Ministério do Trabalho e da Inspecção Geral do Trabalho.
O Avante de 25 de Junho de 2005 relatava o ocorrido, divulgando um comunicado da Direcção Subregional do Vale do Sousa e Baixo Tâmega do PCP.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

57 - Marx


Karl Heinrich Marx foi um intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista moderna, que actuou como economista, filósofo, historiador e teórico prático e jornalista.
O pensamento de Marx influencia várias áreas, tais como Filosofia, História, Sociologia, Ciência Política, Antropologia, Psicologia, Economia, Comunicação Arquitectura, Geografia e outras. Numa pesquisa da rádio BBC de Londres, realizada em 2005, Karl Marx foi eleito o maior filósofo de todos os tempos.
Em 1954 , o Partido Comunista Britânico construiu uma lápide com o busto de Marx sobre sua tumba, até então de decoração muito simples. Na lápide encontram-se inscritos o parágrafo final do Manifesto Comunista ("Proletários de todos os países, uni-vos!") e um trecho extraído das Teses sobre Feuerbach: "Os filósofos apenas interpretaram o mundo de várias maneiras, enquanto que o objectivo é mudá-lo”

segunda-feira, 5 de julho de 2010

55 - A "Celsovia"


A inauguração das obras de requalificação da Avenida da República, em Paredes, ocorreu em 5 de outubro de 2009. A CDU aproveitou a oportunidade para demonstrar a irracionalidade da ciclovia desenhada. Esta apresenta-se entre o estacionamento e a via, colocando a segurança dos ciclistas em risco, quando carros querem estacionar ou saiem do estacionamento. Um cartaz de protesto da CDU onde se podia ler "Celsovia, Banha de Cobra" foi arrancado pela Polícia Municipal, num acto irreflectido. Mas a denúncia permaneceu, e a inutilidade da ciclovia está demonstrada desde esse dia.

domingo, 4 de julho de 2010

54 - Pergunta na AR sobre a situação da Z.S. Mobiliário (Rebordosa)


Assunto: Situação da empresa ZS Mobiliário (Rebordosa, Paredes)
Destinatário: Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social

Ex.mo Sr. Presidente da Assembleia da República
O que ocorreu na segunda-feira, dia 28 de Junho, na empresa ZS Mobiliário, sediada na freguesia de Rebordosa, em Paredes, indicia uma prática criminosa que deve merecer uma intervenção urgente e decidida do Ministério do Trabalho e dos seus serviços, mormente da Autoridade para as Condições de Trabalho.
De acordo com a situação que os doze trabalhadores desta empresa descreveram ao PCP – que de imediato acompanhou a situação e que, através de um dos deputados eleitos pelo Distrito do Porto com eles reuniu logo nessa mesma segunda-feira – a entidade patronal disse sucessivamente aos trabalhadores da ZS Mobiliário o seguinte:
- apesar do período de férias do pessoal estar já marcada para o mês de Agosto, foi na semana de 21 de Junho comunicado ao pessoal que seriam concedidos dois dias de férias nos dias 24 e 25 de Junho, por conta do período de férias, o qual seria ulteriormente acertado;
- no sábado dia 26 de Junho, alguns trabalhadores vizinhos das instalações da empresa constataram que os patrões estavam a carregar as máquinas, o que só conseguiram concretizar de forma parcial pois que os trabalhadores se juntaram junto da empresa, impedindo a concretização da retirada completa destes activos da empresa;
- na segunda-feira, dia 28 – depois dos dois dias de férias “concedidos” – os trabalhadores não puderam entrar nas instalações da empresa já que estas se encontravam fechadas e as chaves da entrada tinham sido mudadas;
- neste dia, a entidade patronal não esteve presente nas instalações, tendo os trabalhadores permanecido todo o dia de vigília em frente às instalações. Alguns familiares dos patrões passaram pela fábrica dizendo que os trabalhadores podiam ir-se embora pois que “ali já não havia trabalho para ninguém”…;
- a administração da ZS Mobiliário não pagou à maioria dos doze trabalhadores os salários de Maio e de Junho. A alguns deles, a dívida atingia já os três meses de salários;
- os trabalhadores disseram ter conhecimento que o terreno e o edifício da ZS Mobiliário eram arrendadas a Jerónimo Silva Loureiro, familiar dos sócios gerentes da empresa. Mais disseram que há cerca de dois meses, este contrato de arrendamento tinha sido transferido para Fátima Ferreira Loureiro, Unipessoal, empresa de um outro familiar dos actuais sócios gerentes da ZS Mobiliário;
- por último, os trabalhadores disseram ainda que, também há cerca de dois meses atrás, as máquinas da empresa ZS Mobiliário terão sido vendidas à mesma empresa Fátima Ferreira Loureiro, Unipessoal, sem que contudo tenha sido feita qualquer entrada de receita na ZS Mobiliário, em resultado dessa venda.
A situação descrita indicia um acto de lock-out e os restantes factos descritos tipificam uma potencial venda fictícia de natureza absolutamente fraudulenta com vista a não ressarcir os trabalhadores dos salários e outros direitos resultantes de uma eventual situação de falência. Face ao que fica descrito impõe-se uma actuação decidida e musculada da ACT que impeça o prosseguimento de uma actuação de índole criminosa. Razão pela qual, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, se solicita ao Governo que, por intermédio do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social, respostas urgentes para as seguintes perguntas:
1. Vai esse Ministério e ACT pactuar com mais uma situação de encerramento de uma fábrica com um procedimento ilegal de lock-out?
2. Não entende o Ministério nem a ACT que, a descrição dos factos, indicia um procedimento ilegítimo e fraudulento de retirada de activos da empresa?
3. Não considera ao menos passível de investigação pela ACT a venda potencialmente fictícia de activos e de transferência da titularidade do arrendamento das instalações?
4. Não consideram, o Mistério e a ACT, que há mais que matéria para intervir e para que seja aberto um processo de falência e arrestados os activos da ZS Mobiliário?
5. E não pensam, o Ministério e a ACT, que é urgente as autoridades colaborarem com os trabalhadores colocados desta forma absolutamente selvagem na rua, através do accionamento imediato e sem condições do Fundo de Garantia Salarial?

Palácio de São Bento, 30 de Junho de 2010

O Deputado:

(Honório Novo)

sábado, 3 de julho de 2010

53 - Atalaia



Foi em Setembro de 1989 que se concretizou a compra pelo PCP da Quinta da Atalaia, na Amora, Seixal. Decorria a Festa do Avante na Quinta do Infantado em Loures quando se anunciou a referida compra.
Até então a Festa do Avante, orgão oficial do PCP, tinha decorrido em instalações alugadas. Inicialmente tinha sido a FIL em Lisboa, a que se sucedera o Vale do Jamor, o Alto da Ajuda e a Quinta do Infantado. Sucessivamente foram criadas dificuldades e impossibilidades à realização desta enorme iniciativa politico-cultural nos vários locais em que se realizou. Acrescem os custos de implantação e desimplantação, bem como as limitações dos espaços físicos tendo em conta a visita de centenas de milhar de portugueses nos dias da Festa. Houve até um interregno de um ano sem Festa.
Os 25 ha existentes na Atalaia, junto ao Mar da Palha, inicialmente ocupados com vinha com adega, constituiram assim uma solução interessante para o PCP, que negociou a sua compra por 150.000 contos. A recolha dos fundos necessários foi uma das mais belas iniciativas de envolvimento do colectivo partidário e de muitos amigos do Partido de que há memória. Foram os Títulos de Comparticipação, uma campanha de fundos que permitiu arrecadar cerca de 200.000 contos, essenciais á compra e despesas iniciais de infra-estruturação do terreno.
E em 1990 surgiu a 1.ª Festa do Avante na Atalaia.
Hoje a Atalaia possui toda uma série de equipamentos que tornam original a Festa, todos os anos diferente, mas sempre identificada como Única. E por ser única, festa de comunistas e de gente progressista, é sujeita a toda a série de pressões e constrangimentos como os decorrentes da Lei de Financiamento dos Partidos.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

52 - GNR de Lordelo

Na sessão da Assembleia Municipal de Paredes de 23 de Fevereiro de 2008 o eleito da CDU Cristiano Ribeiro apresentou a seguinte intervenção:
“O quartel da GNR de Lordelo funciona em condições degradadas, não estando satisfeitas condições mínimas para o exercício das funções de uma Força de Segurança.
Temos um edifício com mais de 30 anos, que precisa de ser substituido por uma construção de raíz, a instalar em terreno adequado e disponível.
A recente visita do Grupo Parlamentar do PCP permitiu verificar estas reais carências e perspectivar a necessidade de uma solução o mais breve possível.
Tendo em conta as informações recolhidas, a Bancada da CDU da Assembleia Municipal de Paredes solicita ao Executivo Camarário informação sobre eventuais terrenos disponibilizados, compromissos governamentais e prazos de execução da obra“
Na mesma linha de actuação estão as propostas de alteração do PIDDAC há longos anos efectuadas pelo PCP.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

51 - Luís Cília

Luís Cília foi um cantor de intervenção que no exílio, em França, denunciou a guerra colonial e a falta de liberdade em Portugal. A sua obra musical, singular, merece ser reavaliada à luz dos tempos presentes, porque mantem uma estranha modernidade. Ouçamos com prazer Canto de Esperança, Resposta e O Povo Unido jamais será vencido:
Resposta
Canto de Esperança
O Povo unido jamais será vencido

domingo, 27 de junho de 2010

49 - As Eleições Presidenciais de 2006

Em 22 de Janeiro de 2006 realizaram-se as Eleições Presidenciais. Jerónimo de Sousa, o Candidato do PCP, obteve uns sensacionais 8,6% dos votos escrutinados, com 467.146 votos globais. Muito perto de meio milhão de portugueses atribuiram á candidatura comunista a confiança politica para o exercício do mais importante cargo da estrutura politica do País. Em Paredes, 2.212 cidadãos expressaram no mesmo sentido a sua votação (4,83%).
A Direcção Subregional do Vale do Sousa e Baixo Tâmega do PCP emitiu um comunido em 31 de Janeiro de 2006, de análise aos resultados eleitorais, congratulando-se com os resultados no Interior do Distrito do Porto. A comparação era inevitável com anteriores eleições presidenciais e com umas muito recentes eleições autárquicas. Avançou-se eleitoralmente, sendo significativa a corrente de opinião progressista que assim se manifestava.
Uma referência não pode deixar de ser expressa: a notável votação de Jerónimo de Sousa em Parada de Todeia, onde alcança cerca de 30% da votação, sendo a candidatura mais votada. Poder-se-ia dizer com graça que Jerónimo de Sousa seria o Presidente da República eleito em Parada de Todeia...as boas votações estenderam-se a quase todas as freguesias, destacando-se igualmente Recarei (10%), Cete (9,6%) e Gandra (7,2%).

48 - Aprender, aprender sempre









terça-feira, 22 de junho de 2010

47 - Despenalizar Sim, Criminalizar Não

Em 11 de Fevereiro de 2007 decorreu o Referendo Nacional para a Despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez até às 10 semanas. O resultado expressivo foi de 59,3 % no SIM e 40,8% no NÃO.
Em Paredes votaram 44% dos eleitores, sendo o NÃO maioritário com 66% e o SIM obteve 33% dos votos expresssos.
O resultado nacional do Referendo, que contrariou a tendência pelo NÃO dominante em 1998, originou uma alteração legislativa que permitiu a realização de abortos por vontade da mulher até às 10 semanas em estabelecimento de saúde, público ou privado, devidamente credenciado para esse efeito.
Quebrou-se assim a catalogação do aborto como negócio sórdido e clandestino, como crime ou risco grave para a mulher e prática de discriminação e humilhação para ela.
Duas breves notas históricasa: a votação maioritária pelo SIM , nas freguesias de Parada de Todeia (56,3%) e Cete (50,2%) e a realização de um duro debate na Biblioteca Municipal de Penafiel, onde esteve presente Ilda Figueiredo, a Eurodeputada do PCP.
O 11 de Fevereiro de 2007 foi um salto qualitativo importante para o progresso social.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

46 - Manifestação do PCP no Porto

Foi com mais de 3000 pessoas que se realizou em 19 de Junho de 2010, uma grande manifestação do PCP integrada na campanha "Contra o roubo nos salários – com o PCP emprego, produção, justiça social", no Porto. A Organização Sub-Regional do Vale do Sousa e Baixo Tâmega mobilizou centenas de militantes para esta acção contra a política de direita.





domingo, 20 de junho de 2010

45 - As Eleições Legislativas de 1995 e a escolha popular

Em 1995 ocorreram Eleições Legislativas para a Assembleia da República. A CDU tinha fortes razões para acreditar num reforço eleitoral, nomeadamente no Circulo Eleitoral do Porto. Apresentou uma lista qualificada com João Amaral, (51 anos na altura), à data Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República, José Calçada, (então com 49 anos), Inspector Pedagógico e Empresário Agrícola, membro do Conselho Nacional da CNA, Cristiano Ribeiro (com 38 anos), Médico e Rui Sá (com 31 anos), Engenheiro, nos quatro primeiros lugares. Em 1991 tinham sido eleitos dois deputados pela CDU no Distrito. A expectativa era de um crescimento suibstantivo.
As questões da agricultura no distrito vinham assumindo uma real importância. Entre outras, era a reforma da PAC, com os problemas da vinha e do seu escoamento, e do rendimento e a sobrevivência dos agricultores.
E nesse contexto surgiu o problema do Matadouro Regional do Vale do Sousa e Baixo Tâmega, localizado em Penafiel. A sua construção iniciara-se em 1989 e arrastava-se a sua concretização. Acumulavam-se duvidas sobre o empreendimento, considerado sobredimensionado para as necessidades da região e cujo projecto parecia ter sido pretexto para sacar dinheiros comunitários. Era o que Carlos Carvalhas, então Secretário Geral do PCP, denominou em visita ao local de “Centro Cultural das vacas”. Os agricultores e produtores de carne da região viviam o inicio de um ciclo sem fim de grandes dificuldades.
O PCP intervinha na região do Vale do Sousa e Tâmega como nenhum outro Partido. Eram candidatos a deputados dois seus quadros locais e regionais. José Calçada, então deputado, mantinha uma ligação persistente com os interesses das populações. João Amaral era uma figura de dimensão nacional. A escolha popular manteve a representação da CDU. Foi pena.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

44 - Corrigindo um "apanhar as canas"

No rescaldo das eleições para o Parlamento Europeu em 2009, foi necessário corrigir uma análise jornalística mais “superficial”. Assim foi o pedido de correcção.
Na edição de 12 de Junho de 2009, no vosso semanário (O VERDADEIRO OLHAR) é referido na página 3 que “PSD, BE e CDS fazem a festa, PS e CDU apanham as canas” bem como aparece descrita uma pretensa “desilusão (para a CDU) da noite de domingo”.
Porque, a bem da verdade, tais referências não correspondem a apreciação devida aos resultados eleitorais de 7 de Junho, relembra-se ao vosso jornalista Roberto Bessa Moreira que:
- a CDU subiu a sua percentagem de votação eleitoral de 9,1% em 2004 para 10,7% em 2009, tendo obtido mais cerca de 70.000 votos (mais 1,6%) e manteve os seus 2 deputados europeus eleitos em 2004, num quadro de redução de 24 para 22 deputados nacionais no PE (aliás, se fossem 24 deputados, a CDU elegeria o seu 3.º deputado)
- o PS perde 5 mandatos e obtém menos 550.000 votos em 2009, comparativamente a 2004, perdendo 17,7 % da expressão eleitoral nacional.
- o CDS e o PSD não podem ser avaliados na sua progressão eleitoral relativa, porque apresentaram uma lista conjunta em 2004
Assim comparar, como foi feito, as posições eleitorais referidas, parece descabido. Não encontrar diferenças nesta avaliação, por exemplo entre as perdas do PS e os ganhos da CDU, parece cegueira. Aliás a diferença entre “fazer a festa” e “apanhar as canas”, para o referido jornalista, é de cerca de 2 500 votos (diferença entre a votação nacional do BE e da CDU).
Avaliando apenas como “infeliz” a expressão “apanhar as canas” não me resta senão desejar que alguns consigam “apanhar” ou encontrar neste reparo algum discernimento e menor “ódio de estimação”.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

43 - Escola EB1 da Lage em Parada de Todeia






A Escola EB1 da Lage em Parada de Todeia é uma clara sobrevivente de um genocídio anunciado. Recentemente requalificada, graças à tenacidade da sua Junta de Freguesia, ela tem condições para assegurar ensino de qualidade, com inovação e bons resultados pedagógicos.
Contra as recentes orientações governamentais, aliás não aplicáveis em Parada de Todeia, e as desorientações camarárias, susceptíveis de afectar alunos e familias, a Escola existe, para orgulho, distinção e qualidade de vida geral da sua população.
E as proclamadas valências futuras dos novos Centros Escolares também existirão em Parada de Todeia.

sábado, 12 de junho de 2010

42 - O Diário, jornal progressista


O Jornal O DIÁRIO foi publicado diariamente entre 1976 e 1990. Tratava-se de um órgão de informação de orientação progressista, que vinculava as posições da esquerda consequente e que tinha no cabeçalho um lema – A VERDADE A QUE TEMOS DIREITO. Por isso era odiado pela direita politica, social e ideológica.
Nele participaram inúmeras vozes democráticas e nele se reflectiram inúmeras lutas e contradições da sociedade portuguesa de então. Teve como Directores Miguel Urbano Rodrigues (até 1985), António Borga (1986-1989) e Armando Pereira da Silva (no último ano de publicação).
Da sua redacção fizeram parte ao longo dos tempos os jornalistas Adelino Tavares da Silva, Alberto Villaverde Cabral, Ana Sousa Dias, António Borga, António Costa Santos, António Melo, Baptista-Bastos, Carlos Coutinho, Cipriano Ricardo, Daniel Ricardo, David Lopes Ramos, Fernando Negreira, Fernando Correia, Fernando Semedo, Gabriel Raimundo, Goulart Machado, João Alferes Gonçalves, João Ogando, João Paulo Guerra, João Paulo Velez, Joaquim Margarido, Jorge Figueiredo, José Goulão, José Jorge Letria, José Manuel Saraiva, Júlio Pinto, Lina Pacheco Pereira, Luís de Barros, Miguel Serrano, Nuno Gomes dos Santos, Ribeiro Cardoso, Rogério Carapinha, Rui Pereira, Viriato Teles e Vítor Ribeiro, entre outros.
O seu encerramento resultou das dificuldades de equilíbrio financeiro da edição de uma imprensa independente de grupos económicos e do poder político. Fica aqui o registo da sua importância histórica. E um cartoon da equipa de O DIÁRIO de um seu colaborador, Baltazar Ortega, recentemente falecido aos 91 anos.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

41 - Álvaro Cunhal, 5 anos ausente, sempre presente


“Há homens que lutam um dia e são bons. Há outros que lutam muitos dias e são melhores. Mas há os que lutam toda a vida, e estes são imprescindíveis.”
Bertolt Brecht

“Em duas singelas páginas o meu camarada Álvaro Cunhal expressou aquilo que considerou como a sua última vontade: ser-lhe-ia muito grato, para além de não haver pronunciamento de discursos, que no funeral estivessem presentes os seus camaradas dos mais responsáveis aos mais modestos e desconhecidos junto dos quais lutou antes e depois do 25 de Abril, até aos últimos dias da sua vida, os familiares a quem muito amava, amigos sem partido, homens e mulheres e jovens que se habituou a estimar e a respeitar e outros que quisessem estar presentes com respeito pelo que como comunista, foi toda a sua vida, com virtudes e defeitos, méritos e deméritos como todo o ser humano. Quiseram os comunistas, os trabalhadores, os jovens, os democratas, os patriotas, o povo português, não só corresponder ao seu desejo como ultrapassá-lo pela grandeza participando num acto de homenagem incomparável na sua história. A própria forma como decidiu do destino dos seus restos mortais revela o seu carácter de recusa do mito ou culto da personalidade. Não ficaremos com as suas cinzas. Guardaremos a sua imagem e o seu exemplo no coração da nossa memória, acolhendo as suas ideias e a sua obra como um legado intrínseco ao nosso projecto, à nossa luta, ao nosso Partido, à democracia, como instrumentos de trabalho e de análise ligados á vida e ao tempo que vivemos…” (JERÓNIMO DE SOUSA, na Assembleia da República em 16 de Junho de 2005)


Funeral de Álvaro Cunhal, 15 Junho 2005

quinta-feira, 10 de junho de 2010

40 - Em 21 de Novembro de 2008, a Liberdade cresceu



Em 21 de Novembro de 2008, o eleito da CDU Cristiano Ribeiro proferiu a seguinte declaração na Assembleia Municipal de Paredes:

“Em Abril de 2006 dois jovens comunistas pintaram um mural num viaduto em Viseu. Agora, já em final de 2008, eles foram condenados pelo Tribunal de Viseu com multas de 350 euros e também indemnização de 102 euros paga à Câmara de Viseu, do Sr. Ruas.
Luís e Catarina, os dois “subversivos” jovens comunistas, pintaram um mural anunciando o 8º Congresso do JCP, em Gaia, sob o lema «Transformar o sonho em vida». Suprema subversão! A Câmara denunciou, a PSP identificou-os e aprendeu material, o Ministério Público acusou e o Tribunal condenou.
O propósito do Sr. Ruas de impor por via jurídica a perseguição às ideias de dois jovens comunistas, para além de cobarde, esboroa-se na compreensão geral de que se trata de uma decisão claramente política.
A vida esclarece-nos sobre a “subversão” em causa. Será que pintar um mural cria um “dano qualificado de bem público”? Para Luís e Catarina, não. Para Luís e Catarina, a liberdade de expressão também “transforma o sonho em vida”. Eu concordo.
Mas para o Sr. Ruas, para a PSP de Viseu, para os magistrados do Ministério Público e do Tribunal de Viseu, o mundo imaculado do muro de um viaduto não admite vida própria, antes se conforma com a normalidade contentinha e bolorenta dos dias cinzentos e tristes. E descobrem a grande infracção, o pecado mortal, o vírus fatal, nas mãos criadoras de jovens e nas tintas de uma pintura mural. Triste excesso!
O Sr. Ruas assume aqui particular responsabilidade já que é actualmente o representante máximo dos presidentes de Câmara do País.
Ele coerentemente deveria actuar sobre a paisagem urbana das nossas cidades, o excesso de publicidade, o ruído de inúmeras festas e iniciativas, as limitações à mobilidade, a insegurança latente.
Ele dever-se-ia preocupar com as práticas fraudulentas de seus pares de Gondomar, Felgueiras, Oeiras, Celorico da Beira.
Ele dever-se-ia indignar com a actividade previsivelmente criminosa de alguns dos seus companheiros do PSD na liderança do BPN, no Governo Regional da Madeira, ou na Lusoponte.
Mas não. O Sr. Ruas vê mais limitadamente. E infelizmente não sonha…
Um dia destes, ele e os outros acordarão com um pesadelo. As paredes gritarão em cores vivas: a liberdade está a passar por aqui”.

domingo, 6 de junho de 2010

37 - A Fuga de Peniche



A famosa fuga de Peniche foi uma das mais espectaculares da história do fascismo português, por se tratar de uma das prisões de mais alta segurança do Estado Novo.
No dia 3 de Janeiro de 1960 evadem-se do forte de Peniche: Álvaro Cunhal, Joaquim Gomes, Carlos Costa, Jaime Serra, Francisco Miguel, José Carlos, Guilherme Carvalho, Pedro Soares, Rogério de Carvalho e Francisco Martins Rodrigues.No fim da tarde pára na vila de Peniche, em frente ao forte, um carro com o porta-bagagens aberto. Era o sinal de que do exterior estava tudo a postos. Quem deu o sinal foi o actor, já falecido, Rogério Paulo.
Dado e recebido o sinal, no interior do forte dá-se início à acção planeada. O carcereiro foi neutralizado com uma anestesia e com a ajuda de uma sentinela - José Alves - integrado na organização da fuga, os fugitivos passaram, sem serem notados, a parte mais exposta do percurso. Estando no piso superior, descem para o piso de baixo por uma árvore. Daí correm para a muralha exterior para descerem, um a um, através de uma corda feita de lençóis para o fosso exterior do forte. Tiveram ainda que saltar um muro para chegar à vila, onde estavam à espera os automóveis que os haviam de transportar para as casas clandestinas onde deveriam passar a noite.
Álvaro Cunhal passou a noite na casa de Pires Jorge, em São João de Estoril, onde ficaria a viver durante algum tempo. Esta fuga só foi possível graças a um planeamento muito rigoroso e uma grande coordenação entre o exterior e o interior da prisão.
Do interior a comissão de fuga era composta por Álvaro Cunhal, Jaime Serra e Joaquim Gomes. Do exterior, organizaram a fuga Pires Jorge e Dias Lourenço, com a ajuda de Otávio Pato, Rui Perdigão e Rogério Paulo.

36 - Os 30 anos do 25 de Abril em Parada de Todeia