quarta-feira, 30 de junho de 2010

51 - Luís Cília

Luís Cília foi um cantor de intervenção que no exílio, em França, denunciou a guerra colonial e a falta de liberdade em Portugal. A sua obra musical, singular, merece ser reavaliada à luz dos tempos presentes, porque mantem uma estranha modernidade. Ouçamos com prazer Canto de Esperança, Resposta e O Povo Unido jamais será vencido:
Resposta
Canto de Esperança
O Povo unido jamais será vencido

domingo, 27 de junho de 2010

49 - As Eleições Presidenciais de 2006

Em 22 de Janeiro de 2006 realizaram-se as Eleições Presidenciais. Jerónimo de Sousa, o Candidato do PCP, obteve uns sensacionais 8,6% dos votos escrutinados, com 467.146 votos globais. Muito perto de meio milhão de portugueses atribuiram á candidatura comunista a confiança politica para o exercício do mais importante cargo da estrutura politica do País. Em Paredes, 2.212 cidadãos expressaram no mesmo sentido a sua votação (4,83%).
A Direcção Subregional do Vale do Sousa e Baixo Tâmega do PCP emitiu um comunido em 31 de Janeiro de 2006, de análise aos resultados eleitorais, congratulando-se com os resultados no Interior do Distrito do Porto. A comparação era inevitável com anteriores eleições presidenciais e com umas muito recentes eleições autárquicas. Avançou-se eleitoralmente, sendo significativa a corrente de opinião progressista que assim se manifestava.
Uma referência não pode deixar de ser expressa: a notável votação de Jerónimo de Sousa em Parada de Todeia, onde alcança cerca de 30% da votação, sendo a candidatura mais votada. Poder-se-ia dizer com graça que Jerónimo de Sousa seria o Presidente da República eleito em Parada de Todeia...as boas votações estenderam-se a quase todas as freguesias, destacando-se igualmente Recarei (10%), Cete (9,6%) e Gandra (7,2%).

48 - Aprender, aprender sempre









terça-feira, 22 de junho de 2010

47 - Despenalizar Sim, Criminalizar Não

Em 11 de Fevereiro de 2007 decorreu o Referendo Nacional para a Despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez até às 10 semanas. O resultado expressivo foi de 59,3 % no SIM e 40,8% no NÃO.
Em Paredes votaram 44% dos eleitores, sendo o NÃO maioritário com 66% e o SIM obteve 33% dos votos expresssos.
O resultado nacional do Referendo, que contrariou a tendência pelo NÃO dominante em 1998, originou uma alteração legislativa que permitiu a realização de abortos por vontade da mulher até às 10 semanas em estabelecimento de saúde, público ou privado, devidamente credenciado para esse efeito.
Quebrou-se assim a catalogação do aborto como negócio sórdido e clandestino, como crime ou risco grave para a mulher e prática de discriminação e humilhação para ela.
Duas breves notas históricasa: a votação maioritária pelo SIM , nas freguesias de Parada de Todeia (56,3%) e Cete (50,2%) e a realização de um duro debate na Biblioteca Municipal de Penafiel, onde esteve presente Ilda Figueiredo, a Eurodeputada do PCP.
O 11 de Fevereiro de 2007 foi um salto qualitativo importante para o progresso social.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

46 - Manifestação do PCP no Porto

Foi com mais de 3000 pessoas que se realizou em 19 de Junho de 2010, uma grande manifestação do PCP integrada na campanha "Contra o roubo nos salários – com o PCP emprego, produção, justiça social", no Porto. A Organização Sub-Regional do Vale do Sousa e Baixo Tâmega mobilizou centenas de militantes para esta acção contra a política de direita.





domingo, 20 de junho de 2010

45 - As Eleições Legislativas de 1995 e a escolha popular

Em 1995 ocorreram Eleições Legislativas para a Assembleia da República. A CDU tinha fortes razões para acreditar num reforço eleitoral, nomeadamente no Circulo Eleitoral do Porto. Apresentou uma lista qualificada com João Amaral, (51 anos na altura), à data Vice-Presidente do Grupo Parlamentar do PCP na Assembleia da República, José Calçada, (então com 49 anos), Inspector Pedagógico e Empresário Agrícola, membro do Conselho Nacional da CNA, Cristiano Ribeiro (com 38 anos), Médico e Rui Sá (com 31 anos), Engenheiro, nos quatro primeiros lugares. Em 1991 tinham sido eleitos dois deputados pela CDU no Distrito. A expectativa era de um crescimento suibstantivo.
As questões da agricultura no distrito vinham assumindo uma real importância. Entre outras, era a reforma da PAC, com os problemas da vinha e do seu escoamento, e do rendimento e a sobrevivência dos agricultores.
E nesse contexto surgiu o problema do Matadouro Regional do Vale do Sousa e Baixo Tâmega, localizado em Penafiel. A sua construção iniciara-se em 1989 e arrastava-se a sua concretização. Acumulavam-se duvidas sobre o empreendimento, considerado sobredimensionado para as necessidades da região e cujo projecto parecia ter sido pretexto para sacar dinheiros comunitários. Era o que Carlos Carvalhas, então Secretário Geral do PCP, denominou em visita ao local de “Centro Cultural das vacas”. Os agricultores e produtores de carne da região viviam o inicio de um ciclo sem fim de grandes dificuldades.
O PCP intervinha na região do Vale do Sousa e Tâmega como nenhum outro Partido. Eram candidatos a deputados dois seus quadros locais e regionais. José Calçada, então deputado, mantinha uma ligação persistente com os interesses das populações. João Amaral era uma figura de dimensão nacional. A escolha popular manteve a representação da CDU. Foi pena.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

44 - Corrigindo um "apanhar as canas"

No rescaldo das eleições para o Parlamento Europeu em 2009, foi necessário corrigir uma análise jornalística mais “superficial”. Assim foi o pedido de correcção.
Na edição de 12 de Junho de 2009, no vosso semanário (O VERDADEIRO OLHAR) é referido na página 3 que “PSD, BE e CDS fazem a festa, PS e CDU apanham as canas” bem como aparece descrita uma pretensa “desilusão (para a CDU) da noite de domingo”.
Porque, a bem da verdade, tais referências não correspondem a apreciação devida aos resultados eleitorais de 7 de Junho, relembra-se ao vosso jornalista Roberto Bessa Moreira que:
- a CDU subiu a sua percentagem de votação eleitoral de 9,1% em 2004 para 10,7% em 2009, tendo obtido mais cerca de 70.000 votos (mais 1,6%) e manteve os seus 2 deputados europeus eleitos em 2004, num quadro de redução de 24 para 22 deputados nacionais no PE (aliás, se fossem 24 deputados, a CDU elegeria o seu 3.º deputado)
- o PS perde 5 mandatos e obtém menos 550.000 votos em 2009, comparativamente a 2004, perdendo 17,7 % da expressão eleitoral nacional.
- o CDS e o PSD não podem ser avaliados na sua progressão eleitoral relativa, porque apresentaram uma lista conjunta em 2004
Assim comparar, como foi feito, as posições eleitorais referidas, parece descabido. Não encontrar diferenças nesta avaliação, por exemplo entre as perdas do PS e os ganhos da CDU, parece cegueira. Aliás a diferença entre “fazer a festa” e “apanhar as canas”, para o referido jornalista, é de cerca de 2 500 votos (diferença entre a votação nacional do BE e da CDU).
Avaliando apenas como “infeliz” a expressão “apanhar as canas” não me resta senão desejar que alguns consigam “apanhar” ou encontrar neste reparo algum discernimento e menor “ódio de estimação”.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

43 - Escola EB1 da Lage em Parada de Todeia






A Escola EB1 da Lage em Parada de Todeia é uma clara sobrevivente de um genocídio anunciado. Recentemente requalificada, graças à tenacidade da sua Junta de Freguesia, ela tem condições para assegurar ensino de qualidade, com inovação e bons resultados pedagógicos.
Contra as recentes orientações governamentais, aliás não aplicáveis em Parada de Todeia, e as desorientações camarárias, susceptíveis de afectar alunos e familias, a Escola existe, para orgulho, distinção e qualidade de vida geral da sua população.
E as proclamadas valências futuras dos novos Centros Escolares também existirão em Parada de Todeia.

sábado, 12 de junho de 2010

42 - O Diário, jornal progressista


O Jornal O DIÁRIO foi publicado diariamente entre 1976 e 1990. Tratava-se de um órgão de informação de orientação progressista, que vinculava as posições da esquerda consequente e que tinha no cabeçalho um lema – A VERDADE A QUE TEMOS DIREITO. Por isso era odiado pela direita politica, social e ideológica.
Nele participaram inúmeras vozes democráticas e nele se reflectiram inúmeras lutas e contradições da sociedade portuguesa de então. Teve como Directores Miguel Urbano Rodrigues (até 1985), António Borga (1986-1989) e Armando Pereira da Silva (no último ano de publicação).
Da sua redacção fizeram parte ao longo dos tempos os jornalistas Adelino Tavares da Silva, Alberto Villaverde Cabral, Ana Sousa Dias, António Borga, António Costa Santos, António Melo, Baptista-Bastos, Carlos Coutinho, Cipriano Ricardo, Daniel Ricardo, David Lopes Ramos, Fernando Negreira, Fernando Correia, Fernando Semedo, Gabriel Raimundo, Goulart Machado, João Alferes Gonçalves, João Ogando, João Paulo Guerra, João Paulo Velez, Joaquim Margarido, Jorge Figueiredo, José Goulão, José Jorge Letria, José Manuel Saraiva, Júlio Pinto, Lina Pacheco Pereira, Luís de Barros, Miguel Serrano, Nuno Gomes dos Santos, Ribeiro Cardoso, Rogério Carapinha, Rui Pereira, Viriato Teles e Vítor Ribeiro, entre outros.
O seu encerramento resultou das dificuldades de equilíbrio financeiro da edição de uma imprensa independente de grupos económicos e do poder político. Fica aqui o registo da sua importância histórica. E um cartoon da equipa de O DIÁRIO de um seu colaborador, Baltazar Ortega, recentemente falecido aos 91 anos.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

41 - Álvaro Cunhal, 5 anos ausente, sempre presente


“Há homens que lutam um dia e são bons. Há outros que lutam muitos dias e são melhores. Mas há os que lutam toda a vida, e estes são imprescindíveis.”
Bertolt Brecht

“Em duas singelas páginas o meu camarada Álvaro Cunhal expressou aquilo que considerou como a sua última vontade: ser-lhe-ia muito grato, para além de não haver pronunciamento de discursos, que no funeral estivessem presentes os seus camaradas dos mais responsáveis aos mais modestos e desconhecidos junto dos quais lutou antes e depois do 25 de Abril, até aos últimos dias da sua vida, os familiares a quem muito amava, amigos sem partido, homens e mulheres e jovens que se habituou a estimar e a respeitar e outros que quisessem estar presentes com respeito pelo que como comunista, foi toda a sua vida, com virtudes e defeitos, méritos e deméritos como todo o ser humano. Quiseram os comunistas, os trabalhadores, os jovens, os democratas, os patriotas, o povo português, não só corresponder ao seu desejo como ultrapassá-lo pela grandeza participando num acto de homenagem incomparável na sua história. A própria forma como decidiu do destino dos seus restos mortais revela o seu carácter de recusa do mito ou culto da personalidade. Não ficaremos com as suas cinzas. Guardaremos a sua imagem e o seu exemplo no coração da nossa memória, acolhendo as suas ideias e a sua obra como um legado intrínseco ao nosso projecto, à nossa luta, ao nosso Partido, à democracia, como instrumentos de trabalho e de análise ligados á vida e ao tempo que vivemos…” (JERÓNIMO DE SOUSA, na Assembleia da República em 16 de Junho de 2005)


Funeral de Álvaro Cunhal, 15 Junho 2005

quinta-feira, 10 de junho de 2010

40 - Em 21 de Novembro de 2008, a Liberdade cresceu



Em 21 de Novembro de 2008, o eleito da CDU Cristiano Ribeiro proferiu a seguinte declaração na Assembleia Municipal de Paredes:

“Em Abril de 2006 dois jovens comunistas pintaram um mural num viaduto em Viseu. Agora, já em final de 2008, eles foram condenados pelo Tribunal de Viseu com multas de 350 euros e também indemnização de 102 euros paga à Câmara de Viseu, do Sr. Ruas.
Luís e Catarina, os dois “subversivos” jovens comunistas, pintaram um mural anunciando o 8º Congresso do JCP, em Gaia, sob o lema «Transformar o sonho em vida». Suprema subversão! A Câmara denunciou, a PSP identificou-os e aprendeu material, o Ministério Público acusou e o Tribunal condenou.
O propósito do Sr. Ruas de impor por via jurídica a perseguição às ideias de dois jovens comunistas, para além de cobarde, esboroa-se na compreensão geral de que se trata de uma decisão claramente política.
A vida esclarece-nos sobre a “subversão” em causa. Será que pintar um mural cria um “dano qualificado de bem público”? Para Luís e Catarina, não. Para Luís e Catarina, a liberdade de expressão também “transforma o sonho em vida”. Eu concordo.
Mas para o Sr. Ruas, para a PSP de Viseu, para os magistrados do Ministério Público e do Tribunal de Viseu, o mundo imaculado do muro de um viaduto não admite vida própria, antes se conforma com a normalidade contentinha e bolorenta dos dias cinzentos e tristes. E descobrem a grande infracção, o pecado mortal, o vírus fatal, nas mãos criadoras de jovens e nas tintas de uma pintura mural. Triste excesso!
O Sr. Ruas assume aqui particular responsabilidade já que é actualmente o representante máximo dos presidentes de Câmara do País.
Ele coerentemente deveria actuar sobre a paisagem urbana das nossas cidades, o excesso de publicidade, o ruído de inúmeras festas e iniciativas, as limitações à mobilidade, a insegurança latente.
Ele dever-se-ia preocupar com as práticas fraudulentas de seus pares de Gondomar, Felgueiras, Oeiras, Celorico da Beira.
Ele dever-se-ia indignar com a actividade previsivelmente criminosa de alguns dos seus companheiros do PSD na liderança do BPN, no Governo Regional da Madeira, ou na Lusoponte.
Mas não. O Sr. Ruas vê mais limitadamente. E infelizmente não sonha…
Um dia destes, ele e os outros acordarão com um pesadelo. As paredes gritarão em cores vivas: a liberdade está a passar por aqui”.

domingo, 6 de junho de 2010

37 - A Fuga de Peniche



A famosa fuga de Peniche foi uma das mais espectaculares da história do fascismo português, por se tratar de uma das prisões de mais alta segurança do Estado Novo.
No dia 3 de Janeiro de 1960 evadem-se do forte de Peniche: Álvaro Cunhal, Joaquim Gomes, Carlos Costa, Jaime Serra, Francisco Miguel, José Carlos, Guilherme Carvalho, Pedro Soares, Rogério de Carvalho e Francisco Martins Rodrigues.No fim da tarde pára na vila de Peniche, em frente ao forte, um carro com o porta-bagagens aberto. Era o sinal de que do exterior estava tudo a postos. Quem deu o sinal foi o actor, já falecido, Rogério Paulo.
Dado e recebido o sinal, no interior do forte dá-se início à acção planeada. O carcereiro foi neutralizado com uma anestesia e com a ajuda de uma sentinela - José Alves - integrado na organização da fuga, os fugitivos passaram, sem serem notados, a parte mais exposta do percurso. Estando no piso superior, descem para o piso de baixo por uma árvore. Daí correm para a muralha exterior para descerem, um a um, através de uma corda feita de lençóis para o fosso exterior do forte. Tiveram ainda que saltar um muro para chegar à vila, onde estavam à espera os automóveis que os haviam de transportar para as casas clandestinas onde deveriam passar a noite.
Álvaro Cunhal passou a noite na casa de Pires Jorge, em São João de Estoril, onde ficaria a viver durante algum tempo. Esta fuga só foi possível graças a um planeamento muito rigoroso e uma grande coordenação entre o exterior e o interior da prisão.
Do interior a comissão de fuga era composta por Álvaro Cunhal, Jaime Serra e Joaquim Gomes. Do exterior, organizaram a fuga Pires Jorge e Dias Lourenço, com a ajuda de Otávio Pato, Rui Perdigão e Rogério Paulo.

36 - Os 30 anos do 25 de Abril em Parada de Todeia

terça-feira, 1 de junho de 2010

35 - Megamanif da CGTP de 29 Maio 2010






Quando ousamos contar a nossa força, quando ousamos sublinhar a nossa vontade, disseram-nos que não eramos 300.000. Um pouco menos ou segundo alguns, bastantes menos. E ainda para mais era inútil o nosso empenhamento militante. Façamos-lhe a vontade. Assinalemos a sua ausência, aceitemos o seu discernimento. Eramos menos, havia um único, um só. O Povo na Rua.