segunda-feira, 30 de agosto de 2010

69 - Até Amanhã, Camaradas - Filme de Joaquim Leitão

Portugal, 1944. Num país oprimido por uma ditadura retrógrada, servida por uma polícia política implacável (a PVDE), há quem resista e se organize para mobilizar o povo para a luta pelo pão e pela liberdade. Mesmo que isso lhe possa custar a prisão, torturas, ou até a vida. Pessoas como Vaz, Ramos, António e Paulo,militantes e funcionários do Partido Comunista, que desenvolvem a sua acção na clandestinidade, reorganizando o Partido nas zonas dos arredores de Lisboa e do ribatejo, ao mesmo tempo que preparam uma grande jornada de luta, com greves e marchas contra a fome. Esta série, adaptada da obra homónima de Manuel Tiago (pseudónimo de Álvaro Cunhal), mostra o dia-a-dia dessa luta clandestina, vivida por dentro, no terreno. Os seus personagens são um retrato dos homens e das mulheres que dedicaram as suas vidas a essa luta. Dos seus ideais, das suas paixões e dos seus sacrifícios. Dos que mostraram fraqueza e dos que deram a vida pelo que acreditavam.

Até Amanhã, Camaradas - Filme de Joaquim Leitão com António Alcântara, Pedro Alpiarça, Amélia Corôa, São José Correia, Carlos Curto, Juana Pereira da Silva, Pedro Efe, Cândido Ferreira, Ivo Ferreira, António Filipe, Sara Graça, Adriano Luz, Paula Só, Luís Soveral, Adelino Tavares, Francisco Tavares, Leonor Seixas, Gonçalo Waddington.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

68 - Saúde em Lordelo e a actividade do PCP


Em 2003 o PCP e a JCP de Lordelo avançaram para uma Avaliação da Situação de Lordelo no Domínio da Saúde. Entre 12 de Julho e 18 de Agosto contactaram a população para responder a um inquérito sobre o grau de satisfação dos utentes para com os serviços de saúde públicos e privados. Obtidas 820 respostas nesse inquérito, concluíram que:
- a opinião geral era que a situação era má (59,3% das respostas), sendo razoável em 36,3% e boa apenas em 3,1% das respostas
- havia uma séria preocupação com a assiduidade dos médicos bem como o seu desempenho, considerado negativo, tal como na avaliação dos administrativos nos serviços públicos. Já com os enfermeiros, a avaliação era mais positiva
- cerca de 1/3 dos utentes não tinham médico de família
- há uma predominância das consultas no serviço público, em detrimento do privado, reconhecidos como prioritários em 30%, talvez pela inexistência de especialidades no Centro de Saúde, mas igualmente pelas lacunas aí identificadas.
No dia 27 de Setembro de 2003 decorreu uma sessão / debate no salão da Cooperativa A Lord com Cristiano Ribeiro, Miguel Correia, Luís Campos e José Fraga. Sublinhou-se a importância de se obter indicadores da qualidade de serviços, melhor acesso aos cuidados, mais autonomia local, mais médicos de família e mais motivação.
Os jornais locais e regionais e o boletim A FARPA deram voz a uma iniciativa louvável do PCP e da JCP de Lordelo.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

67 - O 1.º de Maio de 1982

O regime saído do 25 de Abril, já depois de o processo revolucionário ter sido interrompido e invertido, após o 25 de Novembro de 1975, quando a luta dos trabalhadores já não era de avanços progressistas constantes e acelerados, mas de luta contra a recuperação capitalista e de defesa das conquistas e dos direitos adquiridos, tem a responsabilidade por um dos 1.º de Maio mais sombrios realizados no nosso país. O 1.º de Maio de 1982.
Nos seis meses antecedentes, mais de 800 mil trabalhadores realizaram manifestações e greves em torno dos seus contratos colectivos de trabalho, num poderoso afrontamento entre as forças do trabalho e a reacção, então no governo, através da AD, com Francisco Pinto Balsemão como Primeiro-ministro e Ângelo Correia como ministro das polícias.
Em 12 de Fevereiro de 1982, realizara-se uma fortíssima Greve Geral, sob a palavra de ordem, «Uma só Solução AD Fora do Governo». A direita, instalada de forma hegemónica no Governo pela primeira vez depois do 25 de Abril, sente-se acossada pela pujança da movimentação dos trabalhadores, e recorre à violência para a tentar travar, montando, para o efeito, com a prestimosa ajuda dos divisionistas da UGT, uma provocação criminosa, que teve o seu desfecho no dia 30 de Abril à noite, vésperas do 1.º de Maio.
O Governo tentou proibir as manifestações do Porto, que tradicionalmente se realizavam e realizam na Praça da Liberdade, sob o pretexto de que este espaço lhe havia sido solicitado em primeiro lugar pela UGT. O que era falso, já que a estrutura regional da CGTP-IN tinha comunicado ao Governador Civil do Porto, com mais de oito meses de antecedência, a sua intenção de realizar no local as habituais comemorações.
A festa de 30 de Abril foi por isso mantida pelos sindicatos, que interpretavam a atitude do Governo como uma tentativa de pôr em causa o direito de reunião e manifestação tão duramente conquistados. O Governo, numa atitude de força inaudita, montou na Baixa do Porto um aparato policial que envolveu centenas de polícias e uma companhia completa da Policia de Intervenção, armada de espingardas metralhadoras, que cerca das 23h30 investiram à bastonada e a tiros de rajada sobre os milhares de trabalhadores que pacificamente realizavam a sua festa.
A violência brutal sobre a população indefesa prolongou-se mais de duas horas, pela madrugada do dia 1 de Maio adentro, estendendo-se a sítios muito distantes da cidade, longe dos locais que diziam pretender proteger. Dois operários foram mortos a tiro, dezenas de outros foram feridos, muitos em estado grave, oito dos quais baleados pela polícia.
Pedro Manuel Sarmento Vieira, de 24 anos, empregado têxtil e delegado sindical da CGTP, baleado nas costas e Mário Emílio Pereira Gonçalves, de 18 anos, vendedor ambulante, um mero curioso, atingido na cara, foram as vítimas da violência ordenada pelo Governo.
No dia seguinte, os trabalhadores responderam de forma esmagadora à reacção instalada no Governo e saíram massivamente à rua em todo o País, em 63 cidades e vilas.
Os funerais ocorreram a 5 de Maio, constituindo gigantescas manifestações de protesto e dor.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

66 - A Recarei o que é de Recarei!

Em 3 de Janeiro de 2005 a CDU de Recarei emitiu um comunicado com o título acima transposto onde para além de se saudar a nova Piscina Municipal recentemente inaugurada, equipamento necessário aos cidadãos do Sul do Concelho de Paredes, se manifestava a “discordância e frontal oposição face á designação atribuída a este complexo desportivo” .
O local onde está efectivamente edificada a piscina é na Vila de Recarei, não sendo portanto atendível a designação genérica de Piscina do Sul do Concelho de Paredes, numa singularidade não existente para as outras piscinas ou equipamentos do Concelho.
A identidade e os interesses da população recaredense não foram respeitados, como denunciou o eleito da CDU na Assembleia de Freguesia de Recarei, enveredando-se pela conciliação com a baixa politica de protagonismo e pressões por parte do executivo da JF da Sobreira.
O seu a seu dono.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

65 – O “Avante” e o 1.º de Maio

1962

1975

1982

O «Avante!» foi o jornal comunista clandestino que em todo o mundo, durante mais tempo, foi sempre produzido no interior de um país dominado por uma ditadura fascista. Durante décadas – de 15 de Fevereiro de 1931 ao 25 de Abril de 1974 – o órgão central do PCP orientou e mobilizou as lutas da classe operária e de todos os trabalhadores em pequenas e grandes batalhas contra o capital e contra o regime fundado por Salazar e prosseguido por Caetano.
Depois dos primeiros dez anos de existência atribulada, impeditiva de uma edição regular, que reflectia também a situação do Partido, a nível político, ideológico, de organização e de defesa perante a ofensiva repressiva do fascismo, o «Avante!», que sucedia a outras publicações comunistas anteriores à reorganização de 1929, conduzida por Bento Gonçalves, passou a ser publicado com regularidade mensal, sem uma falha, a partir da reorganização de 40/41, em que Álvaro Cunhal teve papel destacado. E, por várias vezes, fez tiragens quinzenais e semanais, tendo atingido, durante o período de grandes lutas dos anos 40, o número impressionante de 10 mil exemplares. Dotado de uma rede de tipografias clandestinas – sempre que uma era atacada pela PIDE e destruída, ou presos os seus funcionários, outra tomava imediatamente o testemunho, assegurando sempre a publicação do jornal – o «Avante!» foi durante essas décadas composto e impresso por numerosos camaradas, na sua maior parte militantes anónimos, cuja vida foi dedicada a essa preciosa tarefa.
Dispondo de prelos concebidos para facilmente serem desmontados e transportados para novas instalações, utilizando caracteres de chumbo, composto letra a letra, impresso em fino papel «bíblia» - o artigo mais difícil de adquirir sob a feroz vigilância policial, o jornal comunista era depois distribuído por todo o País, pelas organizações que o faziam chegar às massas.
Divulgam-se as capas das edições do Avante comemorativas do 1.º de Maio de 1962, 1975 e 1982.