sábado, 31 de agosto de 2013

83 - Debate "Trabalho e Dignidade Humana"

Foi em Janeiro de 2003. Numa iniciativa inédita, o núcleo de Lordelo da JCP - Juventude Comunista Portuguesa, convida várias personalidades para um debate que pretendia refletir sobre o impacto do Código de Trabalho que na época se preparava para ser aprovado pelo Governo.
O debate realiza-se no antigo salão da Cooperativa A LORD e participam o pároco de Rebordosa de então (Parede Joaquim), o líder de então do CDS (Manuel Teixeira) e o presidente dos Sindicato dos Ferroviários do Norte e deputado da CDU na Assembleia Municipal de Paredes, o comunista Álvaro Pinto. O debate foi moderado por Miguel Correia.
Discutiu-se visões diferentes  sobre o tema, mas ficou bem vincado o importante papel da luta sindical para a dignificação do trabalho. Foi marcante a citação de Sérgio Godinho proferida por Álvaro Pinto: "Mais vale ser um cão raivoso do que uma sardinha numa lata de conserva. Coitadinha dela! Viva o cão raivoso!"
 

 

domingo, 11 de agosto de 2013

82 - A FARPA: um ano de luta!

Parabéns aos comunistas
Que nos dão notícia barata
E como estão de parabéns
Viva o jornal A Farpa
 
O nosso jornal A Farpa
Não é nenhum relaxo
Diz apenas a verdade
E mostra o que está debaixo

Parabéns a esta juventude
Só trabalha por glória
Espero que no futuro
Que vós fiqueis na história

Deus deixou o bem o mal
Mas não foi por maldade
Manda a Sagrada Escritura
Deve-se dizer a verdade

Parabéns a todos nós
Em especial ao professor Miguel
Viva o jornal A Farpa
Em Lordelo é Portugal

Estes versos do poeta António da Silva (Barbeiro) foram o corolário do jantar comemorativo do 1.º aniversário do jornal A Farpa. Um jantar realizado em Lordelo em Janeiro de 2003 onde estiveram presentes muitos jovens e Juvilte Madureira, à época deputado da CDU na Assembleia Municipal de Paredes e Cristiano Ribeiro, responsável pela Comissão Concelhia de Paredes do PCP

 






 

sábado, 10 de agosto de 2013

81 - Jantar com Álvaro Cunhal

Foi há 15 anos que se realizou um jantar de aniversário do PCP organizado pela Organização Concelhia de Paredes, em Parada de Todeia, com a presença de Álvaro Cunhal. No ano em que se comemora o 100.º aniversário do nascimento de Cunhal ficam aqui as fotos deste evento que ficou na memória de muitos camaradas e amigos. Numa das fotos (a última) também se pode ver o saudoso Serafim Brás, funcionário do Partido que durante de anos acompanhou a Concelhia de Paredes.
 


 

sexta-feira, 18 de maio de 2012

80 - Acta da Assembleia Municipal de Paredes - Março 1980

A Acta n.º19 da Sessão Extraordinária da Assembleia Municipal de Paredes, realizada no longínquo 28 de Março de 1980, e que tive a oportunidade de revisitar, é um documento muito interessante, visto á luz dos tempos modernos.
Em primeiro lugar é redigido pelo primeiro secretário da mesa da Assembleia, com uma letra exemplar e num português muito correcto.
Em segundo lugar, dá conta da intervenção politica geral de então, de uns tempos caracterizados por uma intervenção popular diversificada e intensa.
A referida sessão decorreu das 21h30 até ás 2h30 da madrugada. Tinha na Ordem de Trabalhos dois pontos, um relativo a uma impugnação da sessão anterior pedida pelo Partido Socialista e o segundo, relativo á aprovação da acta da sessão anterior, solicitada pelo executivo de então, do CDS.
A impugnação era justificada pela ocorrência de uma falta de quorum, para a qual haveria duas interpretações de consequências (encerramento da sessão para o PS, e suspensão para o CDS). Venceu a tese da rejeição da impugnação. Outros assuntos surgidos no período Antes da Ordem do Dia referiam-se à expropriação de terrenos para o Ciclo Preparatório de Rebordosa a preço muito inferior ao seu valor real (queixa de um deputado/proprietário), de um caminho vicinal em Lordelo, das poucas escolas e seu estado de conservação , da publicação de artigos partidários no orgão de comunicação social "O Comércio do Douro" por quarenta mil escudos por parte da Câmara. Para além de referências a Orçamento e Plano de Actividades, realce para a apresentação de Moção sobre o 25 de Abril por parte de Jaime Rodrigues Martins, da APU (Aliança Povo Unido) e que foi aprovada, com muitas abstenções e sobre a Reforma Agrária por parte de Jaime Rodrigues Pinto e (Rui) Branco Leal igualmente da APU e que foi rejeitada.
Por fim, destaque para a constituição do Conselho Municipal, orgão de representação de interesses, e que na altura fazia sentar no mesmo orgão a Associação de Futebol do Porto, Cooperativas de Electricidade, Sindicatos dos Bancários, das Contribuições e Impostos, Operários da Indústria das Madeiras, Irmandade da Misericórdia de Paredes, EMAUS, Associações Musicais, Confederação Nacional das Associações de Familia, ETC.

domingo, 29 de abril de 2012

79 - Artes e Manhas n.º 9

Em 15-7-1994, Cristiano Ribeiro, membro da Assembleia Municipal de Paredes, publicou no extinto Jornal Novas a crónica n.º 9 do Artes e Manhas. Era o tempo das "vacas gordas", do bloco central da "prosperidade" e da "iniciativa individual". Era um alerta.

ARTES E MANHAS N.º 9

O grande escritor moçambicano Mia Couto afirmava no seu livro de contos “Vozes Anoitecidas” (Editorial Caminho, 1986) que o que mais doía na miséria era a ignorância das suas vítimas na sua própria situação. Queria ele dizer que a objectividade na percepção do seu viver é para o ser humano uma quase ilusão. O peixe cego do fundo dos oceanos é um ser adaptado ao seu ambiente de completa escuridão, ausente a possibilidade de uma esperança luminosa.
De forma semelhante as sociedades do bem estar e da opulência criam cenários de aparente normalidade, sem contradições nem imponderáveis, uma imagem de oásis de equilíbrio num deserto caótico. Aqui aparentemente somos mais capazes e livres, mas de facto cada vez mais submetidos, condicionados e dependentes. Aparentemente somos donos do nosso destino, agentes de opções e escolhas, na prática abstencionistas, ignorantes, indecisos e manipulados, vítimas do (des)emprego, da doença, do trânsito, da necessidade da promoção social, do marketing e do consumismo. Somos inapelavelmente frágeis e solitários na multidão.
Nas sociedades subdesenvolvidas, o desafio é o da capacidade de assegurar uma subsistência digna e a auto-suficiência alimentar, um equilíbrio dinâmico entre uma natureza por vezes hostil e a necessidade de produzir e inovar. Interessa crescer, aumentar a qualidade de vida, combater o pessimismo e a impotência, (re)organizar a sociedade. Importante é abrir umas frinchas por onde penetrem os raios do progresso.
A nossa sociedade pelo contrário extasia-se com a contínua necessidade de afirmação pessoal e de grupo, elevando a produção e a riqueza ostensiva ao nível de metas ilimitadas. Julgo que uma boa terapêutica seria um esforço de racionalizar a produção, reciclar o desperdício, readaptar os recursos, respeitar a pessoa humana como único e fundamental destinatário do desenvolvimento.
Reescrever o futuro da humanidade passa por homogeneizar estas duas realidades diferentes. Não há solidariedade que não inclua o combate á desigualdade e ao desequilíbrio. Trata-se de uma tarefa gigantesca, desafio á consciência e ás inteligência humana. Ou será que nos reduzimos á realidade das minhocas?

terça-feira, 3 de abril de 2012

78 - Regionalização: as contradições de Arménio Pereira

Em 25 de julho de 1997, publiquei no extinto Jornal Novas do Vale do Sousa, edição n.º167, um artigo de opinião que transcrevo. O tema continua infelizmente actual - a Regionalização.

O Presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira Arménio Pereira, em pleno acto formal da inauguração de uma sede de Junta de Freguesia do seu concelho, afirmou-se, surpreendentemente, um regionalista convicto. Reconheça-se a evolução no discurso e na orientação. Recordo, em período anterior de discussão sobre a regionalização, a sua postura contrária a este processo, baseada no associativismo municipal espontâneo que resolveria os problemas das populações. Contra espaços político-administrativos definidos, partilhando recursos, Arménio Pereira contrapunha associações de municípios de partilha de afinidades e problemas.

Verifica-se agora que Arménio Pereira reconhece, por exemplo na saúde, a necessidade de um poder regional que tenha competências que ultrapassam as dos municípios mesmo que associados. Falaria na gestão de equipamentos, redefinição de Centros de Saúde e da sua operacionalidade, criação e avaliação de programas para toxicodependentes, doentes com SIDA, etc. Sem dúvida, há áreas (e continuando a falar da saúde como exemplo) em que a gestão municipal se encontra incapaz de dar resposta por si própria, mas, porque contacta directamente com o serviço e o utente, reconhece que as políticas actuais deveriam ter um outro dinamismo e impacto. Um poder descentralizado, democrático, legitimado e responsabilizado é condição de progresso das regiões e do todo nacional.

Arménio Pereira acompanha agora todos os que nas funções de Presidente da Câmara, conhecedores profundos das suas competências e das suas responsabilidades centrais, sabem que áreas de importância social e de desenvolvimento são demasiado abrangentes para uma administração local e demasiado específicas para serviços centralizados. São as áreas da cultura, da educação, da saúde, do ambiente, do ordenamento do território, do equipamento social e do desenvolvimento económico.

Fora deste contexto, o que fica com uma regionalização em banho maria é o poder “alisbonado” ou lisboeta, a percepção do país visto do centro, a divisão capital - províncias, a divisão entre a imagem e a realidade, a divisão entre as pessoas e o território, as necessidades prementes do litoral e das grandes cidades e as necessidades intemporais do interior e do mundo rural.

E as notícias são esclarecedoras. A falta de empenhamento num processo negocial e reivindicativo junto da Administração Central, o processo de relações actualmente existente entre municípios e o Poder Central, dá uns míseros 53,4 milhões de contos do PIDDAC regionalizado para o Distrito do Porto. Promessas são muitas, tanto as vistas com pompa e circunstância, mas orçamento e concretização são poucos e tardios. Ao mesmo tempo que se aprova e financia a extensão do Metro de Lisboa a Odivelas, no valor de dezenas de milhões de contos, num processo que satisfaz municípios como o de Loures, o próprio Metropolitano e o Governo Central, discute-se no Porto como grande obra (!) uma Marina, de custos que oscilam entre 80.000 contos e 800.000 contos, com estudo “ a iniciar em breve” sobre a viabilidade económico-financeira do empreendimento, enquadramento urbano, impacto ambiental, etc.

E as parangonas na comunicação social não disfarçam o insustentável. Veja-se o alcance social das duas realizações, compare-se a dinâmica reivindicativa. Com a regionalização, novos líderes aparecerão, mais convictos, menos submissos, menos dependentes da observação do seu umbigo. Os velhos líderes e as suas cumplicidades locais irão … à vela.

sábado, 10 de março de 2012

77 - exPRESSÕES

Saiu em Abril de 1998. Era o terceiro de uma série. O exPRESSÕES era um boletim informativo de uma juventude consciente de Recarei - Paredes.

Os Coordenadores eram Gualter Vieira e Ricardo Costa. Na Redacção Rui Pinto, Rui Miguel, Goreti Rocha, Gualter Barros, Ricardo Lobo. Com o estatuto de Colaboradores, Egídio Pinto, Flávio Monteiro, César, Filipe Santos.

o Indice dessa edição, de 8 páginas

Editorial - Ricardo Lobo
25 de Abril, o Dia - Ricardo Lobo
Vasco da Gama FC Recarei - Rui Pinto
Reciclagem do papel - Rui Miguel Moreira
A Regionalização - Gualter Barros
Profissão: arrumador de automóveis - Goreti Rocha

O exPRESSÕES funcionou como expressão local de um interessante colectivo local da JCP, aberto a outros jovens.