Paulo Portas esteve presente em Paredes em jantar comemorativo do aniversário da organização de juventude do seu PP. Foi no Hotel Zé do Telhado, no sábado dia 14 de Novembro. A informação colhida nos jornais nomeadamente no Público, no Diário de Notícias, no Novas e em testemunhos presenciais revelou-nos uma festa muito especial. Provavelmente era para ser um festejo comemorativo e também de congratulação pela vitória do Não ás Regiões. Foi seguramente uma pública exaltação do vinho tinto transformado em manjar de gargantas sequiosas.
O resto está escarrapachado nos jornais. Intitulados pelo líder de "geração livre", a centena e meia de jovens PP presente, em delírio gritou "livremente" palavras de ordem do tipo «Comunas para a Sibéria!», «Setúbal é do povo, não é de Moscovo» ou «PS é vacas loucas». Com a moderação, o bom senso e alguma loiça partidas, perante a complacência de responsáveis nacionais e regionais, orgulhosos desta militância «popular», a festa prolongou-se pela madrugada.
O vinho correu abundante e foi rei. O discurso de Portas saiu fluente e irónico, ao que consta. Mas a superior inteligência e clarividência tantas vezes apregoadas pelo próprio e pelos seus fãs afinal não passam de instrumento do extremismo de uma direita, sequiosa do reconhecimento de alguns dos seus «valores» como a agressividade, a boçalidade, a incultura cívica. Foi a Noite de Cristal possível dessa mesma direita. Certamente o verdadeiro responsável é Portas. Ele, qual candidato a caudilho, emérito encenador de todas as poses, de todos os discursos, de todas as posições públicas, ele foi certamente o produtor desta orgia báquica.
Igualmente se lamenta que tal tenha acontecido em Paredes. Não posso deixar de o lamentar por alguma gente alheia a este comportamento. É gente conservadora, de trato fino e urbano, respeitadora das opiniões contrárias, algumas vezes disponíveis para lutas comuns e debates complementares. De alguns, que considero amigos numa concepção alargada do termo, espero que percebam a razão de alguma contundência.
Mesmo recentemente o autor deste texto foi convidado por essa mesma estrutura juvenil para um debate sobre a Regionalização. Razões de agenda impossibilitaram-no de aceitar o convite. Certamente não seria para ser insultado por um grupo de jovens embriagados que o remetessem para a Sibéria das suas frustrações...
As estruturas locais do PP e da JP devem explicar-se e pedir desculpas publicamente. E um conselho àqueles jovens: bebam limonada ou só água até serem mais responsáveis. Vinho e actividade política não combinam, está?
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O resto está escarrapachado nos jornais. Intitulados pelo líder de "geração livre", a centena e meia de jovens PP presente, em delírio gritou "livremente" palavras de ordem do tipo «Comunas para a Sibéria!», «Setúbal é do povo, não é de Moscovo» ou «PS é vacas loucas». Com a moderação, o bom senso e alguma loiça partidas, perante a complacência de responsáveis nacionais e regionais, orgulhosos desta militância «popular», a festa prolongou-se pela madrugada.
O vinho correu abundante e foi rei. O discurso de Portas saiu fluente e irónico, ao que consta. Mas a superior inteligência e clarividência tantas vezes apregoadas pelo próprio e pelos seus fãs afinal não passam de instrumento do extremismo de uma direita, sequiosa do reconhecimento de alguns dos seus «valores» como a agressividade, a boçalidade, a incultura cívica. Foi a Noite de Cristal possível dessa mesma direita. Certamente o verdadeiro responsável é Portas. Ele, qual candidato a caudilho, emérito encenador de todas as poses, de todos os discursos, de todas as posições públicas, ele foi certamente o produtor desta orgia báquica.
Igualmente se lamenta que tal tenha acontecido em Paredes. Não posso deixar de o lamentar por alguma gente alheia a este comportamento. É gente conservadora, de trato fino e urbano, respeitadora das opiniões contrárias, algumas vezes disponíveis para lutas comuns e debates complementares. De alguns, que considero amigos numa concepção alargada do termo, espero que percebam a razão de alguma contundência.
Mesmo recentemente o autor deste texto foi convidado por essa mesma estrutura juvenil para um debate sobre a Regionalização. Razões de agenda impossibilitaram-no de aceitar o convite. Certamente não seria para ser insultado por um grupo de jovens embriagados que o remetessem para a Sibéria das suas frustrações...
As estruturas locais do PP e da JP devem explicar-se e pedir desculpas publicamente. E um conselho àqueles jovens: bebam limonada ou só água até serem mais responsáveis. Vinho e actividade política não combinam, está?
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Cristiano Ribeiro, in Progresso de Paredes (1998)
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