terça-feira, 23 de março de 2010

8 - Dignidade e Raiva

O Núcleo da Juventude Comunista Portuguesa de Lordelo reuniu, no dia 18 de Janeiro de 2003, no Salão da Cooperativa “A Lord”, várias personalidades, com o objectivo de ser debatido o novo Código de Trabalho e as suas implicações para o trabalhador enquanto pessoa com dignidade.
A moderar esta conferência/debate esteve Miguel Correia, então membro da JCP e do PCP de Lordelo, numa tarde animada pelas comunicações de Joaquim Santos, pároco de Rebordosa, Manuel Teixeira, presidente na altura do PP de Paredes, e Álvaro Pinto, sindicalista da CGTP, do sector dos Ferroviários, presidente da Junta de Freguesia de Parada de Todeia, e também deputado na Assembleia Municipal de Paredes pela CDU.
O padre Joaquim Santos disse então que “a dignidade do trabalho corresponde ao trabalho da pessoa”, acrescentando que “por este meio, o homem continua a obra criadora iniciada por Deus”. Não esqueceu ainda de mencionar que “o maior doente das relações laborais é o capital” e de referir a extrema importância do Estado, pela sua capacidade “interventiva e decisiva no mundo laboral”.
Manuel Teixeira concordou com as palavras pronunciadas de acordo com a perspectiva católica. O líder do PP também considerou que “o trabalho é ou pode ser, muitas vezes, um atentado à dignidade”, afirmando ainda que “o facto de trabalharmos é positivo para a afirmação de alguém como homem e como homem digno”.
Contestando as afirmações do representante do partido da direita, Álvaro Pinto garantiu que “com este Código, querem-nos transformar no elo mais fraco, até porque existe claramente uma regressão social anterior ao 25 de Abril”. Álvaro Pinto na sua intervenção, salientou ainda a importância da luta sindical e da união dos trabalhadores para que haja trabalho com dignidade. A propósito desta questão, o sindicalista citou Sérgio Godinho: “Mais vale ser cão raivoso do que uma sardinha enfiada numa lata de conserva. Coitadinha dela! Viva o cão raivoso!”

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